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6 de fevereiro de 2020Sorvete para Bulldog Inglês
6 de fevereiro de 2021Bulldog Inglês e a Leishmaniose
A Leishmaniose no Bulldog Inglês é uma infecção parasitária causada por protozoários que atacam o sistema imunológico do animal. Quando em contato com seu hospedeiro (nesse caso, o bulldog), o parasita do tipo Leishmania começa a atacar as células fagocitárias (os macrófagos – responsáveis por proteger o organismo de corpos estranhos). Ele se liga a essas células e começa a se multiplicar, atacando mais células. Nessa propagação, podem atingir órgãos como fígado, baço e medula óssea.
Uma vez que, há dois tipos de leishmaniose: a cutânea e a visceral. A cutânea é causada por dois tipos de parasitas, a leishmania braziliensis e a leishmania mexicana. A visceral é originada pelos parasitas leishmania donovani, infantum e chagasi. Mas é importante saber que em 99,9% das vezes em que o tema é leishmaniose em cães, é da leishmaniose visceral canina que se trata. Isso porque a cutânea não tem o cachorro como seu principal alvo, e a visceral, sim.
Contudo, a leishmaniose visceral canina é uma doença que pode ser transmitida de animais para humanos e vice-versa, sendo o mosquito o vetor. Ou seja, é uma zoonose. Aliás, uma grave zoonose que pode levar ao óbito tanto o humano quanto o cachorro infectado. Por isso, essa enfermidade é uma questão de saúde pública que exige cuidado de todos no combate e prevenção.
A Leishmaniose no Bulldog Inglês e seus Sintomas
Os sintomas da leishmaniose visceral no bulldog inglês são diversos. Entre os sinais externos, são bem características as lesões, descamação e coloração branca prateada na pele. Nas patas, pode ocorrer infecção (pododermatite), pele grosseira por excesso de produção da queratina (hiperqueratose dos coxins) e unhas espessas e em formato de garras (onicogrifose).
Uma vez que machucados que não saram nunca e feridas na orelha também são comuns e servem de alerta para a doença. Outra particularidade da leishmaniose canina é que 80% dos cachorros infectados apresentam problemas oculares. Fique atento à secreção persistente, piscadas excessivas e incômodo nos olhos.
Sob o mesmo ponto de vista, o bulldog inglês ainda pode apresentar nódulos e caroços, que são características típicas dessa enfermidade. Geralmente, eles aparecem porque o sistema de defesa do organismo age contra o ataque da leishmania. Isso acaba aumentando o volume dos gânglios linfáticos – em várias partes do corpo do animal ao mesmo tempo ou de forma localizada.
Sintomas variáveis da leishmaniose em bulldog
A leishmaniose canina também possui sintomas variáveis. O parasita pode prejudicar diversos órgãos internos como rins, fígado, ou mesmo estruturas como o sistema digestivo. Cada lugar agredido trará uma consequência correspondente. Entre as mais comuns estão vômito, diarreia, sangramento nas fezes, perda de apetite, desidratação e irregularidade no trato urinário. Quando a medula óssea é atacada, por exemplo, a produção de células sanguíneas diminui. Isso pode gerar anemia e deixá-lo predisposto a novas infecções.
Por conta da incidência no sistema imunológico, o bulldog infectado frequentemente apresenta indícios de outras doenças. Ou, de fato, contrai uma outra enfermidade, uma vez que o organismo foi enfraquecido pela Leishmania. Isso implica na dificuldade em diagnosticá-la instantaneamente. Somente a partir daí que surge alguma suspeita ou investigação sobre a leishmaniose canina.
Apesar da leishmaniose visceral canina apresentar tantos sintomas, há bulldogs que não demonstram qualquer sinal de algo errado. É importante saber que a maioria das contaminações é assintomática.
Diagnóstico para leishmaniose canina
Além da observação clínica do veterinário durante a consulta, existem formas laboratoriais de diagnóstico de leishmaniose. A primeira e mais confiável é a de observação do parasita. Ela é feita por histopatologia.
É possível fazer também por citologia aspirativa. Com uma agulha, o veterinário aspira as células de determinado órgão para avaliação. Em ambas as formas, o diagnóstico de leishmaniose em cães é conclusivo assim que o parasita é visualizado. Por essa razão, são técnicas muito seguras para constatar a doença.
Entretanto, embora sejam as melhores formas, elas têm uma desvantagem. Pode ser que a amostra retirada não contenha o protozoário da leishmaniose. Isso acontece principalmente quando a infecção é branda ou está no início, pois a quantidade de leishmania ainda é pequena. É daí que surgem os falsos negativos ou não se confirma a presença do parasita.
Coleta de sangue e testes sorológicos
O outro método para diagnosticar leishmaniose é pela coleta de sangue e testes sorológicos. Quando um problema surge no organismo, o sistema de defesa entra em ação para lutar contra esse agente. Essa resposta aparece como anticorpos que se formam para combater o parasita. Quando seus níveis são altos, temos a comprovação. Mas, se forem baixos, não há uma conclusão e outros exames são necessários.
Ainda nessa linha de análise sanguínea, há alguns testes rápidos, como se fossem testes de gravidez. Uma gotinha de sangue é misturada a uma solução para checar se há ou não reação com o anticorpo.
O diagnóstico da leishmaniose é complexo e infelizmente nenhum exame é totalmente confiável – todos têm margens de erro. Infelizmente, essa porcentagem de falhas dificulta o processo. O veterinário vai avaliar o quadro clínico e todo o contexto do cachorro para escolher a técnica mais conveniente.
Causas
No Brasil, a transmissão da leishmaniose ocorre somente através da picada do mosquito. Ao picar um animal infectado, a fêmea do mosquito ingere a leishmania e a transmite para outros animais através da picada.
Portanto, preste atenção aos sinais e sintomas que seu bulldog inglês está manifestando. Se suspeitar de leishmaniose, isole-o de outros animais para evitar contaminação e leve-o ao veterinário o mais rápido possível.
Tratamento e Prevenção
Por se tratar de uma questão de saúde pública, o diagnóstico da leishmaniose era praticamente uma sentença de morte até pouco tempo atrás. Como se não bastasse, além de ser uma grave zoonose, abre a possibilidade de contagiar outros animais e humanos.
Embora o parasita necessite do vetor para a sua transmissão (o mosquito), o cachorro é o principal hospedeiro urbano da doença. É também a forma de manter o parasita vivo. Com o bulldog de hospedeiro, a picada do mosquito permite se espalhar até novos “abrigos”.
Medicamento para leishmaniose para seu bulldog inglês
Essa realidade começou a mudar em 2016, quando surgiu um novo medicamento regulamentado pelo Ministério da Saúde e com resultados bastante positivos. Mas é preciso lembrar que a leishmaniose canina permanece sem cura total. O que esse tratamento faz é promover uma cura clínica e epidemiológica.
Bulldog não apresenta lesões
Visto, que isso significa que o bulldog não apresentará lesões ou sinais de estar doente. Ele vive como se fosse um animal saudável. O medicamento diminui a carga da Leishmania de forma a conter os prejuízos da doença. Esse animal também deixa de ser fonte de transmissão.
Ainda é uma cura parcial, pois o parasita continua vivendo no cachorro, mas já demonstra um grande avanço. Porém, é um tratamento caro, longo e que requer muito cuidado e intenso acompanhamento veterinário. Possivelmente, o bulldog inglês, caso infectado terá de repetir o tratamento, realizar exames e avaliações clínicas para acompanhamento ao longo da vida.
Como prevenir a leishmaniose no bulldog inglês
Talvez provavelmente, a vacina, é uma forma de prevenção da leishmaniose. A vacina pode ser tomada por filhotes acima dos 4 meses de idade. É administrada em três doses, com intervalo de 21 dias entre elas, e deve ser repetida todos os anos. Entretanto, é preciso ressaltar que somente os cachorros avaliados como soro negativo (que comprovadamente não apresentam o parasita) podem tomá-la. E embora seja importantíssima para a prevenção e tenha bons resultados, a vacina infelizmente não protege 100%.
Tanto quanto, não é raro o Bulldog inglês ingerir um produto que possa causar intoxicação.